(Leia-se TPM! Leia-me TPM!)

Poema ulcerado
Estive, aqui, a pensar se escrevo
E vi-me a rir e a perguntar se me leria
Similar, já sei que sou
E sei que sempre o seria
Pois tenho úlcera do mesmo de sempre
Busco ecos do que me faz gosto
Ou será que rumino feridas
Que encontro em meu corpo, caídas,
Com as marcas do amargo, então, posto?
Ou será um dedo na ferida marcada
Casca aberta e estancada
Líquida e sóbria?
Chega de tudo!
Chaga de nada!
Esse tempo é repetido
Faz meu ego distraído
Faz de prego a minha andada
Cravo na carne o caminho
Esmago vestígios de indício
Prezo a manutenção do que foi
Transformo em desejo mesquinho,
Mantenho a vertigem e o vício
Faço ensaios curativos
Abuso de toda casca superficial
Abuso de mundo, enjôo de vento
Aborreço tumor, tachado, sangrento
Me viro de tacho e vomito o final.
2 comentários:
Bem amargo pra uma menina tão doce. Prefiro meu café sem açúcar.
Eu ‘leria’, você ‘seria’! Eu na prosa e você na poesia! Rima rima, râmi, rima. Finge que eu to em baixo e você em cima.
Identifico alguns aspectos da sua linguagem, mas desconfio sempre das suas palavras [tão cheias de metáforas].
Aqui não me encaixo, me sinto um tacho. Escolho. Seleciono. Nunca gostei de coisas superficiais. Gosto de ver arrancar as tripas, gosto de ver sangrar [...] Pinga sangue, me diverte com algo novo, porque quem vomita é o passado. E o passado simbólico demais para tempos tão pós-modernos !
Sucesso nas atitudes [...] que elas se transformem em palavras, certamente estarei por aqui para uma dose de teoria da interpretação, ou não! [afinal, aqui também é a minha casa]!!
Um beijo na sua boca!!
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