segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sede de sangue

Ou, ainda, enquanto a menstruação não vem...
(Leia-se TPM! Leia-me TPM!)






Poema ulcerado


Estive, aqui, a pensar se escrevo

E vi-me a rir e a perguntar se me leria

Similar, já sei que sou

E sei que sempre o seria


Pois tenho úlcera do mesmo de sempre

Busco ecos do que me faz gosto

Ou será que rumino feridas

Que encontro em meu corpo, caídas,

Com as marcas do amargo, então, posto?


Ou será um dedo na ferida marcada

Casca aberta e estancada

Líquida e sóbria?

Chega de tudo!

Chaga de nada!


Esse tempo é repetido

Faz meu ego distraído

Faz de prego a minha andada


Cravo na carne o caminho

Esmago vestígios de indício

Prezo a manutenção do que foi

Transformo em desejo mesquinho,

Mantenho a vertigem e o vício


Faço ensaios curativos

Abuso de toda casca superficial

Abuso de mundo, enjôo de vento

Aborreço tumor, tachado, sangrento

Me viro de tacho e vomito o final.


2 comentários:

Bruno Luedy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno Luedy disse...

Bem amargo pra uma menina tão doce. Prefiro meu café sem açúcar.

Eu ‘leria’, você ‘seria’! Eu na prosa e você na poesia! Rima rima, râmi, rima. Finge que eu to em baixo e você em cima.

Identifico alguns aspectos da sua linguagem, mas desconfio sempre das suas palavras [tão cheias de metáforas].

Aqui não me encaixo, me sinto um tacho. Escolho. Seleciono. Nunca gostei de coisas superficiais. Gosto de ver arrancar as tripas, gosto de ver sangrar [...] Pinga sangue, me diverte com algo novo, porque quem vomita é o passado. E o passado simbólico demais para tempos tão pós-modernos !

Sucesso nas atitudes [...] que elas se transformem em palavras, certamente estarei por aqui para uma dose de teoria da interpretação, ou não! [afinal, aqui também é a minha casa]!!

Um beijo na sua boca!!