Em tempo, o fim do mundo podia ser logo aqui:
No tempo em que minhas lágrimas pingavam como meias molhadas que insistem em não secar e, ainda assim, são postas pra dentro da mala (meia torcida, meio distorcida).
No tempo em que a saudade me fitava de longe com um olhar obsceno, uma cara de quem ia me pegar de jeito e me deixou com medo (foi o jeito...).
No tempo em que meu celular gritou palavras de carinho e consolo. Palavras de outros. Outros carinhos.
No tempo em que eu segurava com desespero os ponteiros do relógio enquanto as horas eram escarreiradas, o dia se despedia esbaforido e a noite já vinha a me cutucar os ombros.
No tempo em que o diálogo não era porque estava nervoso demais para ser. E não concluía, pois já estava no fim.
No tempo em que planos, horas, dias, risos e choros foram separados em dois e encarcerados numa mala vermelha que era pesada demais, já que se levava nas costas um mundo partido no meio.
No tempo em que, diga-se de passagem, meio mundo ia pra longe.
Na noite em que os pingos caíam agudos e crônicos dos olhos e dos céus.
No dia que podia ser o fim do mundo.
E que o mundo é o fim!
Mas, enfim, não podia!
Afinal, era, apenas, o fim de um dia de segunda-feira...
Um comentário:
Eu vou estar sempre gritando palavras de carinho e de consolo, ou palavras bobas, pro tempo em que seu mundo estiver dividido, ou pra qd estiver inteiro tbm!
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