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Basta pôr os pés e a cabeça nas nuvens e dá pra sentir quanto o caminho muda e quanto faz falta sujar os pés em lugares conhecidos.
Passo a passo.
Passo e passo...
- Quanto falta pra chegar em algum lugar? – pergunto eu.
-“Bastante!” – algo responde.
Alguma coisa já andou, alguma terra já me guardou, mas os pés ainda não estão bem sujos. Bem que eu queria!
Mas passo...
E penso que tem muito chão pela frente e muito solo embaixo dos pés pra marcar com pegadas. Tem muito sol em cima da minha cabeça e muita terra pra guardar nos meus pés.
Eu passo por esse solo. Eu me consolo.
Eu passo...
Caminhos que sou, caminho com os pés buscando, em silêncio e sem pegadas, outros chãos.
Mantenho o pó dos chãos que pisei na sola do pé. Mantenho o pé no chão que pisei cheio de pó.
Caminho com a sola. Caminho consola...
Passo...
Vou fazendo solo com a planta do meu pé. Consolada. Consolidada. Com sólido medo de espinhos.
E, ainda assim, passo.
Na minha, calçada, descalça.
Passo pra mim...
-“Calça os pés, menina!”